08 maio 2008

Bem-te-quero, à la folie

Pressenti em ti o desejo de bem mais do que mostraste.
Pressenti que te custou tanto dizer "xau" como a mim, ainda que não tivesse tido o peso de um "adeus".
Pressenti que querias tanto que eu ficasse, como eu desejava não ir embora.
E o teu cheiro inebriou-me os sentidos.
E a tua voz cravou-se em mim.
E o meu corpo puxava o teu e o teu corpo deixava-se ir, mas nunca se tocaram.
E o meu coração galopou em ânsias, em desejos de te ter, mas tu não lhe deste abrigo, tu não o tomaste nas mãos.

E eu dentro de mim revoltei-me contra a tua passividade!

Ah, como tu me devias conhecer melhor, como tu deverias saber que as minhas mãos queriam as tuas, os meus olhos desejavam os teus, o meu corpo...
O meu corpo traidor queria a força do teu abraço, aconchegar-se em ti, encostar-se a ti.

Mas ficou aquele vidro a separar-nos, a afastar-nos.
Depois foi tarde.
Eu já não podia sair.
Tu já não podias entrar.
Ficámos ali... a disfarçar com risos e brincadeiras tolas o desejo que nos consumia, a vontade que tínhamos um do outro.

Eu tive de ir.
Tu tiveste de ir.
O meu coração caiu ao chão...


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