Abri a torneira do chuveiro.
A água começou a cair, primeiro fria, progressivamente mais quente até ferver e libertar vapor.
- Deixa-me tomar banho contigo. - ouvi a tua voz a sussurrar-me ao ouvido.
- Não podes.
- Eu sei, mas queria...
- Eu também... - sussurrei.
Abri a torneira da água fria.
Temperei a água.
Entrei.
- Queria tanto tomar banho contigo.
Voltei a ouvir a tua voz.
Mas não podíamos, simplesmente não podíamos.
Se entrasses naquele chuveiro comigo, as minhas defesas, os meus muros, as minhas determinações cairiam todas por terra, porque eu ia querer-te, mas querer-te mesmo, como só me tinha atrevido a desejar querer-te.
Saí.
Enrolei-me na toalha.
- Cheiras tão bem...
Sorri.
Como eu gostava que estivesses ali comigo.
10 março 2008
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