Saudades do que tive.
Saudades de saber com certeza a cadência das coisas.
Saudades de ansiar que chegasse aquele dia e aquela hora porque então eu deixaria de ansiar.
Hoje, não sinto mais nada.
Não sei o que ansiar.
Quando é que devo começar a desejar que o relógio avance?
Quando devo começar a agitar-me na expectativa?
Hoje, olho apenas para o passar do tempo e constato mais um dia igual.
Amanhã, paro de querer.
Depois de amanhã, desisto.
pedra a pedra
bloco a bloco
o muro se ergue
centímetro a centímetro
a distância aumenta
primeiro, falava e não era ouvida
agora, já não falo
ficou tanto por dizer...
Sem comentários:
Enviar um comentário